Eu tenho tanta coisa na minha cabeça agora. Milhares de palavras estão presas na minha garganta sem que eu consiga colocá-las pra fora. É doloroso, juntar tantos pensamentos, mas não conseguir dizê-los a ninguém. Então, tentando buscar um pouco de alívio, eu escrevo.

     Eu digito, paro, leio, penso, reflito e deixo pra lá. Aí eu pego, releio, rabisco, repenso, reescrevo e deixo pra lá mais um pouco. Eu faço isso dezenas de vezes, buscando melhores palavras e expressões mais precisas. Então eu apenas paro e olho, procurando a simetria nos parágrafos.

     Um parágrafo muito grande e outro muito pequeno não dá, né? E quando a frase é grande demais, ou pequena, e não consigo achar o melhor lugar para a bendita vírgula? Deus, que vontade de tacar um dane-se e deixar de qualquer jeito... Imagina se eu tivesse que falar tudo isso!

     Eu olho mais um pouco, vendo se consegui fazer um pouquinho de sentido. Enfeito, coloco em negrito e itálico... Tento deixar bonito, mas não muito pessoal, o meu desabafo, pensamento, reflexão, ou a minha imaginação boba que cria um tanto de coisa que nem sei porque.

     E aí eu publico, deixo a disposição de pessoas estranhas os meus pensamentos e medos mais íntimos, disfarçados de alguma coisa, fingindo ser outra... Eu escrevo o que de alguma forma me invadiu e eu não consegui dizer. E aquilo que eu tanto segurei fica aí, jogado e enfeitado, pra quem quiser olhar.

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